Ai Mouraria
Amália Rodrigues
3:05Descalça venho dos confins da infância E a minha infância ainda não morreu Atrás da minha infância e na distância Menino Deus, Jesus da minha infância Tudo o que tenho e nada tenho, é teu Venho da estranha noite dos poetas Noite em que o mundo nunca me entendeu E trago as mãos vazias dos poetas Menino Deus, amigo dos poetas Tudo o que tenho e nada tenho, é teu Feriu-me um dardo, ensanguentei a rua Onde o demónio em vão me apareceu Porque as estrelas todas eram tuas Menino irmão dos que erram pelas ruas Tudo o que tenho e nada tenho, é teu Que ignorar e ignoro aos que são tristes Oh, meu irmão Jesus, triste como eu Oh, meu irmão, menino de olhos tristes Nada mais tenho além dos olhos tristes Mas o que tenho e nada tenho, é teu Tudo o que tenho e nada tenho, é teu