Limbo (Feat. Deryck Cabrera)

Dez anos nessa cena
E o personagem te prende ou livra?
Vilão ou moço? E se tiver corrompido?
É igual há dez anos na mesma empresa
Cê sabe quem quer te ver promovido

Podia ter vindo dali de voz doce
Ignorado os nosso e numa só estrofe
Pegar o atalho pro primeiro milhão, e a primeira
Que bateu é a que mais falo o quanto nóis sofre

Por isso tenho nome de raça, vim com fome de taça
Família veio de arroz ser o aperitivo
O prato principal e a sobremesa, foi tipo
Dorme que passa, vai onde come de graça

Han, por isso é sobre nóis querer que sobre
Por isso nóis não quer as sobras
Já teve que acorrentar o botijão de gás?
Me fala mais sobre essa guerra as drogas

Afogar as neurose é uma escola foda
E infelizmente, pra nóis, essa escola lota
Então, todo dia só agradeço que
Meu mano agora só conta, não enrola nota

Deixa eu te mostrar o que faço quando o sono vem
Deixa eu te levar nas profundezas que meus olhos têm
Deixa eu te mostrar o que faço quando o sono, ahn
E te levar nas profundezas, ahn

Com dez anos, desci a 25 de março num camburão
Desde cedo, o Brasil quer que eu apanhe
Era sábado, lotada, os bico tudo olhando e julgando
E eu só perdido da mão da minha mãe

Mais 20 anos pra entender, saúde mental em cheque
Então, que venha um cheque pra deixar em choque
A indústria me quer enfoque ou que eu me enforque?
Mas eu não curto nada torto, eu tenho TOC

É, dançando eu tenho toque de África
Cozinhando, eu tenho um toque de Minas
Tá vendo isso? Eu tenho toque de mágica
Fazendo isso, eu tenho toque de Midas

Trago a brisa que os boys nem trouxe
Por isso gravo, cravo a minha voz e mostro
Que protagonismo tem que ser nóis em posse
É nóis e nosso

Pros de faculdade que subestimaram o nosso intelecto
Pega a tese ridícula e suma (olha)
Olha o quanto isso te põe pra pensar
Sem eu nunca nem ter feito matrícula em uma

Mas eu incentivo os nosso
Então a base vem como? Pra enriquecer
Eu amo isso, vou levar pras ideia
Então que a base venha, se livrar e crescer
Eu chamo isso de elevar pras ideia, parça'

Deixa eu te mostrar o que faço quando o sono vem
Deixa eu te levar nas profundezas que meus olhos têm
Deixa eu te mostrar o que faço quando o sono, ahn
E te levar nas profundezas, ahn

Levei minhas ideia da quebra
Ao centro, leste, norte sul
As ruas viram eu respeitar cada código (código)
Que as ruas tiram arrogância, 'tava óbvio
Sem humildade nada sobe, viu?

E aí, cuzão? E aí, viado?
Uns ria, um fez corre lá de Cotia
Minha quebra sempre teve criado uns cria
Volto e pego ela como se eu tivesse tirado uns dia

(Nóis) 'tava tirando os boy enquanto eles tira foto
(Mas) com eles, eu sou um nojo
Tipo tira a pata (tira)
Um nojo tipo, cadê o caviar da Linda?
Linda é o nome da minha vira-lata

Tratar eles assim só de pirraça
Já que eles come a troco da nossa fome, viu graça?
Por isso eu sou o tipo que tira o sono deles
Lembra? Dorme que passa

Ia me ver num limbo?
Sim, ia
Ia me ver num limbo?
Sim, ia

Olha o quanto duas letras fazem diferença
Eu tô vivendo, malandro
Que o tipo que quis me ver num limbo
Sabe que pode me ver numa Lambo'

Me queria num mucambo, mulambo
Me queria ser ter um puto, indigno
Então, se sucesso é a melhor vingança
É perfeito pra eu pôr a culpa no signo

Na linha do Cirilo, cê viu
Que é sobre perspectiva
Essa é minha cota de rima
É tipo tomar de assalto na ida por baixo
Tá ligado? Essa é a volta por cima

E agora é só hit, capaz que escute uns tiro
Eu vou sem parar, mesmo que alguém me peça
Não há quem se esconda do meu último tiro
Sempre tive a mira na rima

Agora lê de trás pra frente essa
Eu sempre tive a rima na mira
Eu não vim pelos pobres, eu vim pelos ricos
Do que o dinheiro não compra
Por isso, arrepia, ó como os pelo fica

Mas aí, inveja só garante ex, amigo
Nos dois sentido, o valor vai quando o preço fica
Mas o que que mal olhado fez comigo?
Quê que eles pode fazer com alguém que ressuscita?

A quem acreditou, não deixo à míngua
É por tudo que nóis trouxe no braço
A quem desacreditou, tempera a língua
E assiste o meu próximo passo