Jamais Decifrei

Foi você, 
foi talvez você,
foi talvez você que se desfez na multidão.
Foi Luiz, 
foi José Luiz,
ou uma mulher a me escapar com aflição.

Sonhos, sonhei sem fim,
sem entender por quê,
se jamais decifrei
o seu mandarim.

Em um deles eu me entreguei
como nunca fiz.
E você gozou 
se amalgamando em mim.

Eu vivi,
penso que eu vivi,
não sei mais lembrar como você se enevoou.




Me deixou,
me abandonou. 
Amarrou promessas e partiu como chegou.

Vento de inverno tem 
vultos a correr.
E eu quero descobrir 
qual será você.

Já não sei mais o que se deu,
tanto tempo faz.
E melhor então 
se nem lembrança houvesse.