Pedido De Um Pai Pra Filho
Baitaca
3:34(Meu canto é o berro do gado no fundo de uma invernada, é o relincho da manada retoçando na mangueira. Minha garganta missioneira não se entrega e nem se rende, e eu canto pra quem compreende a nossa lida campeira.) Coleia o bicho, parceiro, gruda-lhe a marca, confere a tarca: quantos touros já capou? Escolhe a vaca mais gorda e gruda-lhe a faca, e salga o couro que o capataz te mandou. Busca os terneiros, aparta e bota biquera, e troca um poste da mangueira que quebrou. Busca os terneiros, aparta e bota biquera, e troca um poste da mangueira que quebrou. Pois essa é a vida que leva um peão campeiro, o dia inteiro numa lida de mangueira. Por isso eu canto verso xucro e patacoeiro, pra quem compreende a braba lida campeira. Por isso eu canto verso xucro e patacoeiro, pra quem compreende a braba lida campeira. Dia de chuva, dá uma sovada nas cordas, varre o galpão e limpa bem a estrebaria. Vê se a carreta não tá gotejando na torda, espeta um chibo pra comer de meio-dia. Se parar a chuva, de tarde busca as ovelhas, marca os cordeiros e recorre o gado de cria. Clareia o dia, reúne toda a peonada, vão pra invernada e já seguem campeando. Entram no campo e uma vaca imundiciada, enxerga o cavalo e ela já sai disparando. E o peão velho cruza o rastro e manda a corda, apeia, cura e deixa o cavalo cinchando.