O Homem Das Castanhas
Carlos Do Carmo
3:19De manhã a vender na Avenida Ou à tarde nas ruas da Baixa Está o cauteleiro A gritar que há horas na vida À carteira de que não tem pão Porque não tem dinheiro Tantos contos que são a taluda Tantas notas sonhadas só ele As atira pra o ar Já que a sorte da gente não muda Que tristeza termos de pensar Que isto vai a jogar Quinze mil quatrocentos e três Nove mil trezentos e dez Mas o mal que o dinheiro nos fez Durante a vida toda Amanhã não anda a roda Um bilhete que sabe a desgraça Uma vida passada à espera da terminação Mas o cauteleiro é que passa A má sorte jogada no duro da aproximação A voz lenta apregoa a cautela Esperança louca de quem nunca teve Uma nota na mão Mas a sorte também tem com ela A miséria de quem faz do jogo O seu ganha-pão Quinze mil quatrocentos e três Nove mil trezentos e dez Mas o mal que o dinheiro nos fez Durante a vida toda Amanhã não anda a roda Quinze mil quatrocentos e três Nove mil trezentos e dez Mas o mal que o dinheiro Nos fez durante a vida toda Amanhã não anda a roda Amanhã não anda a roda Amanhã não anda a roda Amanhã não anda a roda