Contraponto
Cristiano Quevedo
4:03FERMIANO E O ANGICO Bombacha shamsa surrada, Um jeitão de fronteiro Fermiano mirava o tempo Apertando seu palheiro Sabedoria de poucos Na humildade de campeiro Bem assim num fim de tarde Mateava a beira do fogo De um cerne velho de angico Que ia perdendo o entono Quem foi sombra e vida um dia Morria levando o seu sono Naquela noite Fermiano Se viu tal qual o angico Alma queimando em brasa No aconchego das casas Um poncho lhe dava abrigo Faltava força nas pernas Pra por o pé no estribo... Quando o tempo cobra o preço E o corpo pede cuidados Vem na idéia da gente Podia ter feito trocado Mas o tempo, não nos dá tempo, Se o rumo pego, fora errado. Quando recebeu da vida As rédeas do seu destino Escolhas, renuncias, caminhos E um sonho ainda menino