A Boa Vista Do Peão De Tropa

A Boa Vista Do Peão De Tropa

José Cláudio Machado

Альбом: De Bota E Bombacha
Длительность: 4:37
Год: 2013
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Текст песни

Nos rincões da minha querência,
Arrabaleira conforme a vontade,
Me serve um mate, pampa minha,
Nesta vidinha que me destes.

Antes que embeste a novilhada
Pro mundo alheio das porteiras,
Saúdo a poeira dessas crinas
Que me arrocinam sujeitando.

E da garupa do cavalo,
Faço um regalo à ventania,
Que na poesia destas léguas,
Tomo por rédeas e conselhos.

Chamo no freio a coisa braba.
O tempo é feio, mas que importa?
Quando se engorda na invernada,
Não falta nada pra quem baba,

De focinho levantado e mais curioso,
A fim de ir à estância do passo,
Na direção de casa, costeando o arvoredo.

O meu desespero porfia com a tropa,
Fazendo o que gosta, ao sul de mim mesmo.
E todo o bem que havia, maneado ao destino,
Divide caminho com a rês que amadrinha.

O rio que eu não via,
Mimando de sede a minha saudade...

Na função dos meus afazeres,
Rememorados conforme a manada,
Vou ressabiando, afeito à fadiga,
Nas horas mingas de sossego.

Talvez melhore durante a sesteada —
Sou, por mais igual, à campanha.

Tamanha a alma de horizontes,
Ali defronte os cinamomos,
Já não habita a teimosia,
Atropelando o meu rodeio.

Quando me aguento no forcejo
Pra erguer no laço os caídos,
Não me lastimo, nem receio.
Vou pelo meio do sinuelo,
Tocando manso os mais ariscos,
Só pelo vício de pôr quartos,
Cuidar do gado,
Rondando o baio que amanuceio.