Milonga Abaixo De Mau Tempo
José Cláudio Machado
5:21Um chapéu desabado De água, barro e tempo feio Me aperta os tentos do barbicacho Varando o passo num Paysandú. A tropa segue galopeada, Com os burros n’água, bandeando o rio, Com frio no lombo, encarangando, Coisa de louco, nunca se viu. Peonada, é coisa braba, Nada de poncho, trocando orelha, Ressabiando queixo de potro, Com o gado gordo bufando as ventas. Peonada, é coisa braba, Nada de poncho, trocando orelha, Ressabiando queixo de potro, Com o gado gordo bufando as ventas. O cusco sempre na volta, Tenteando a boia, sobra de fiambre, Pão com matambre, batata-doce E um chibo bueno pro tira-gosto. Um pingo manso de rédea Me balda a sesta bocando o pasto, Batendo casco de contraponto, Pedindo toso pras campereadas. Peonada, sempre que eu posso, Arranjo uns troço pra me entreter, Encosto a cambona ao fogo E um mate novo vem me aquecer. Peonada, sempre que eu posso, Arranjo uns troço pra me entreter, Encosto a cambona ao fogo E um mate novo vem me aquecer. Qualquer sinuelo, onde se apartam as reses, Às vezes, rondando a tropa, A vida volta pra arrodeio. Qualquer sinuelo, onde se apartam as reses, Às vezes, rondando a tropa, A vida volta pra arrodeio. Às vezes, rondando a tropa, A vida volta pra arrodeio. Às vezes, rondando a tropa, A vida volta pra arrodeio.