É Proibido
Mão Morta
4:41Em deus, por deus, com deus, viva deus Em deus, por deus, com deus, viva deus Vera fé e paixão Em deus, por deus, com deus, viva deus Deus, pátria, família, autoridade. Por toda a parte, as premissas fundacionais da nova ordem. E trabalho, claro. Toda a gente sabe que o trabalho liberta. E forma as pessoas de bem… O mito impõe-se à realidade. Obriga ao abdicar do pensamento e da razão, a ser crente. A acreditar na missão divina do herói. O herói mítico apresenta-se como a realidade transfiguradora do presente. Inculca a fé no líder, no povo, na nação. Encarna a vontade de deus. O herói mítico apronta a falsa memória do passado. Um passado representado miticamente, transformado numa mitologia de ódio. Um passado que mitifica a barbárie. Que glorifica a violência e a morte. O sacrifício do corpo. Que celebra a purificação através da violência. A primazia da morte sobre a vida. Um passado que se ergue como realidade do presente. O herói mítico anuncia o regresso do pai primordial heróico do passado. O comandante das hordas primitivas. O chefe de família. O chefe da nação. O pai que se admira, que submete, que castiga. O pai autoridade. O pai lei. O pai líder. O herói mítico exalta a determinação de dar a vida pelo pai, pelo líder, pela pátria. Promete a redenção pela destruição. A vontade da força. A eternidade da força vital corporizada no povo e na nação. No líder. Em deus.