Desculpe

Desculpem se não lhe agrada minha estampa de índio vago
Eu trago dentro do peito toda a glória do meu pago
Sou quero-quero monarca, defensor desta querência
Eu tenho o cheiro da terra perfumando minha existência
Eu tenho o cheiro da terra perfumando minha existência

Desculpem deste meu jeito meio quieto desconfiado
Não sou de pegar com a mão, pra chegar eu tenho lado
Não brinco com marimbondo, nem pactuo com carancho
Não danço em baile de cobra, não abro porta de rancho

Desculpem de minha tenência de gaúcho cantador
Eu só canto no meus versos o que é nosso e tem valor
Não me troco pro promessas, nem bajulo figurão
Eu venho de sangue farrapo forjado na tradição
Eu venho de sangue farrapo forjado na tradição

Desculpem de minha fama, o que dizem por ai
Eu sou do jeito que sou, me criei como nasci
Eu sou a sombra do pago em qualquer lugar que eu ande
Eu sou a força da raça, crioula do meu rio grande
Eu sou a força da raça, crioula do meu rio grande