Eu E Você Sempre
Sambabook
5:05Fui a um baile no Elite atendendo a um convite do Manoel garçom Meu Deus do Céu, que baile bom Que coisa bacana, já no Campo de Santana Ouvir o velho e bom som, trombone, sax e pistom O traje era esporte, o calor estava forte Mas eu fui de jaquetão, para causar boa impressão Naquele tempo era o requinte o linho S-120 Eu não gostava de blusão (É uma questão de opinião) Eu passei pela portaria Subi a a velha escadaria e penetrei no salão Aí, quando dei de cara com a Orquestra Tabajara E o popular Jamelão, cantando só samba-canção Norato e Norega, Macaxeira e Zé Bodega Nas palhetas e metais, e tinha muitos outros mais No clarinete o Severino solava um choro tão divino Desses que já não tem mais, ele era ainda bem rapaz Refeito dessa surpresa, me aboletei na mesa Que eu tinha já reservado, até paguei adiantado Manoel, que é dos nossos, trouxe um pires de tremoços Uma cerveja e um traçado, pra eu não pegar um resfriado Tomei minha Brahma, levantei, tirei a dama E iniciei meu bailado, no puladinho e no cruzado Até o Diogo e Seu Jorge que são caras que não fogem Foram embora humilhados, aí ferrou né, eu tava mesmo endiabrado Quando o astro-rei já raiava e a Tabajara caprichava Seus acordes finais, para tristeza dos casais Toquei a pequena, feito artista de cinema Em cenas sentimentais, à luz de um abajur lilás Num quarto sem forro, perto do pronto-socorro Uma sirene me acordou, em estado desesperador Me levantei, lavei o rosto, quase morro de desgosto Pois, foi um sonho e se acabou Aí, oh, seu Nélson Motta deu a nota que hoje o som é rock and roll A Tabajara é muito cara E o velho tempo, o velho tempo já passou É isso, amigo