Fiz-Me À Cidade
Trovante
4:10Vimos por este meio pedir A todos vós um segundo Que este não seja o devir Que se anuncia ao mundo Ah, somos mais, somos mais que o parafuso É decerto um exagero Já que pensar nestes dias é um abuso E que se paga em desespero Já lá vai a guilhotina E nem é caso para tanto Agora a dor corta mais fino E depois, poupa-se um santo Vimos sem freios Vimos agora dizer que está podre o reinado Que por mais voltas e revoltas que se der Não passamos do teu gado Ah, quando nos roubam o sorriso Ah, quando nos enchem os ouvidos Ah, quando nos mostram o paraíso esfomeados Cobiçam nos logo os sentidos Chegai ó deuses cá da terra Vinde ao menos saber Se os que vivem lá na serra Estão prontos a morrer Haja uma luz, uma estrela que nos aponte Quando perdidos no horizonte Esperando que depois de morta a manhã fria Depois da noite chegue o dia Como um rio curioso fervilhando ao luar Procura o mar que é sempre um leito carinhoso Onde possa descansar