Envolvidão
Zeca Baleiro
4:43Ao arrepio da lei, comecei ir ao cinema Ver faroeste, sem idade para entrar No meu Nordeste, idade nunca foi problema Cidade pequena, todo mundo estava lá E o bilheteiro gostava da sala cheia Eu pagava meia pra ver Django se vingar E aquela sede de justiça e de vingança Era a cacimba em que minha alma de criança Eu mergulhava para o mundo enfrentar Ao arrepio da lei, namorei uma pequena Eu com 14 e ela tinha 23 Vejam vocês, na sala escura o meu dilema Olhos na cena, coração na mão, talvez Saquei um beijo feito um Giuliano Gemma Viva o cinema, minha alma quis gritar Sangue nos olhos do caubói, corre o destino Como nos sonhos no meu tempo de menino Que a fome e a sede, Pécos volte pra matar Ao arrepio da lei, me criei contra o sistema Vender poemas virou minha profissão Com a viola a tiracolo, sou problema Carrego o lema de lutar contra opressão Herói sincero, Franco, Nero sem algema Que aos céus, blasfema contra os donos do sertão Um Trinity que vai cantando sua balada Um Zorro zonzo e um tanto tonto, cuja a espada É a palavra derramada pelo chão Ao arrepio da lei, eu sei Não me arrependo de nada Ao arrepio da lei (ao arrepio da lei) Eu sei (eu sei) Não me arrependo de nada Ao arrepio da lei (ao arrepio da lei) Eu sei (eu sei) Não me arrependo de nada Ao arrepio da lei (ao arrepio da lei) Eu sei (eu sei) Não me arrependo de nada