Cobreiro

Marcelina benzedeira
Me livrou de desespero,
Me rezou com uma roseira
A cintura de cobreiro.

Cobra passou na barriga
Fez minha pele coçar,
Mais que coceira de urtiga,
Até ferida brotar.
Com ervas, reza e cantiga
Vi Marcelina cortar
A cadeia dessa liga
Pro anel não se fechar.

Mal de animal peçonhento
Só rezadeira desfaz. 
Pro corpo a mão passa ungüento,
Pra alma a reza dá paz.
Com a força do benzimento
A dor não vem nunca mais,
Pela ordem de São Bento,
Pelo mando de São Brás.