Hospitaleiro
Grupo Carqueja
3:51De manso acende A luz de cada pouso Bem antes do dia Na sede da estância De madrugadinha Enquanto o galo pensa O que cantar depois Sempre tem aquele Que se levantou mais cedo Antes das quatro e meia Pra soprar as brasas E o fogão clareia Consumindo as tramas Do alambrado que se foi Um a um se achegam Às vezes de "a dois" Só pra cevar seu mate Que mate a sede da noite Que passou bem mal Rondando o próprio quarto Pra pelear com o mosquital Agarra a alça arame de rabicho Cambona de lata meio caborteira Não facilita que ela se desata Esparramando a erva pela cuia inteira Grita o caseiro: -Pega a da frente! -Essa que tá más quente! Deixa essa outra Que mate bueno Pra ser bem cevado Tem que tá espumado Que nem bocal de potra Ressona a campana E a cozinha chama Quem tiver com fome Pra tomar café Apura o passo quem tem empreitada Que saco vazio nunca para de pé Não para de pé Não encilha cavalo Não espicha arame Realçando os calos E lá embaixo no tambo Os "home" segue lidando Pra encher os tarros E lá embaixo no tambo Os "home" segue lidando Pra encher os tarros Apesar das risadas Nem tudo é alegria Pra quem vive lá fora Nesse dia a dia Entre macega queimada Pela geada quebrada Da antiga sesmaria É encilhar "veiaco" Queira ou não queira Saindo ao tranquito Pra evitar peleia E o maula empurra a cacunda De quando em vez uma tunda Já na segunda-feira Engrossa a cana do braço No cabo do machado Com as orelhas zunindo De escutar os estalos Só não garanto até quando Os "home" segue lidando Nesse mesmo embalo! Só não garanto até quando Os "home" segue lidando Nesse mesmo embalo! Só não garanto até quando Os "home" segue lidando Nesse mesmo embalo!